Impactos do estresse térmico sobre a produção e reprodução do gado leiteiro

Estresse térmico é o desequilíbrio que ocorre no organismo como resposta às condições ambientais desfavoráveis tais como a elevada temperatura, alta radiação solar e alta umidade relativa do ar. Estas, juntamente com a alta produção de calor metabólico, resultam em um estoque de calor corpóreo excedente, ou seja, o animal recebe uma grande quantia de calor do ambiente que aliada ao calor produzido pelo seu metabolismo, são maiores do que a quantidade de calor que o animal consegue eliminar. Geralmente, quando mais leite a vaca produz, maior é a quantidade de calor metabólico gerado – decorrente da digestão dos alimentos, tornando os animais mais produtivos os mais suscetíveis ao estresse térmico. 

Os bovinos possuem duas formas principais de manutenção de seu balanço termal e regulagem da temperatura corporal em condições de alto estresse térmico, sendo a principal delas a dispersão calórica pela evaporação, ofegação e salivação. Essas atividades aumentam as necessidades energéticas de manutenção do animal em uma estimativa de 20% a 35°C, portanto, no caso das vacas leiteiras, isso significa que parte da energia de produção será redirecionada para a regulação termal.

Como identificar o estresse térmico no rebanho?


Existem diferentes maneiras de medir o estresse térmico, sendo a mais comum o Índice de Temperatura e Umidade – calculado a partir da temperatura e da umidade relativa do ar. Entretanto, a mais eficaz é a medição da temperatura retal do animal. Estando as vacas com temperatura retal acima de 40ºC, resultado de uma exposição a temperaturas ambientes de 32°C por até 72hs após uma inseminação, os índices de concepção caem a 0%, já em ambientes com temperaturas de 21°C, onde a temperatura retal é de 38,5ºC os índices de concepção ficam em 48%.

Para identificar o estresse térmico nas suas vacas, podem-se escolher dez vacas em lactação ao acaso e aferir a temperatura retal de cada uma delas. Para isto, é importante saber que usualmente a temperatura retal dos bovinos apresenta um pico elevado no início da tarde e valores mínimos no início da manhã, dentro da faixa da normalidade, entre 38ºC e 39ºC. Portanto deve-se fazer este teste antes da ordenha da tarde. Se sete ou mais vacas apresentarem temperaturas retais acima de 39,4º C, é sinal de que estes animais estão mostrando sintomas de estresse térmico e, acima dos 40ºC considera-se estresse térmico severo. Deve-se também contar os batimentos cardíacos das dez vacas. Se a frequência cardíaca for maior que 60 batimentos por minuto em no mínimo sete animais, é também um sinal de estresse térmico. E, finalmente se ocorrer uma redução na ingestão de alimentos e na produção de leite, é provável que o rebanho esteja manifestando sinais de estresse térmico. 

Prevenindo o Estresse Térmico

Foram identificadas 2 estratégias de manejo muito eficazes para minimizar os riscos de estresse térmico:

1. Modificação física do ambiente (sistemas de ventilação):
Ao providenciar sombra e ventilação suplementar para as vacas no verão, os efeitos do estresse térmico diminuem e a produtividade aumenta. 

2. Desenvolvimento genético de raças mais tolerantes ao calor:
Cruzamento de raças para a expressão de maior resistência frente a condições adversas, já vem sendo feitos e um exemplo disso é o cruzamento da raça Gir com a raça Holandês, tendo como origem a raça Girolando, uma espécie de animal mais rústico, resistente e que mantém bons índices produtivos de leite.

Precisão Nata – S – A excelência nutricional da Campo, atuando para diminuir os efeitos do estresse térmico no rebanho


Durante a transição da seca para as águas, onde as temperaturas começam a se elevar e a umidade também, é comum que o gado de leite sofra com os efeitos do estresse térmico, que prejudica a produtividade dos animais e a rentabilidade do seu negócio.

O planejamento nutricional para os períodos quentes do ano deve incluir uma dieta “fria”, aquela que gera uma alta proporção de nutrientes para síntese de leite e diminui o incremento térmico proveniente da fermentação e metabolismo dos alimentos. 

A Campo possui diversos produtos dedicados ao gado de leite, com foco na produtividade e saúde. O Precisão Nata S, é um desses produtos focado no melhor equilíbrio de minerais, vitaminas e aditivos para dar o melhor desempenho e saúde dos animais nesse período de alto desafio pelo calor.

Outros pontos importantes são a oferta de pastagens tenras, silagem com alto conteúdo de grãos, e concentrados ricos em gordura encaixam-se nessa categoria. Ainda, a suplementação mineral com potássio, sódio e magnésio, além de sempre manter água de boa qualidade à disposição dos animais, são práticas nutricionais fundamentais para se minimizar os efeitos do estresse 

térmico.


Portanto, tomando medidas preventivas e sempre mantendo o cuidado necessário, a produtividade, saúde e bem estar do rebanho estarão preservadas. Apesar de ser uma questão relevada por inúmeros produtores, o estresse térmico deve sim ser levado em conta no momento do estabelecimento de um rebanho, já que, silenciosamente, afeta parâmetros produtivos e reprodutivos, em especial, do gado leiteiro.

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